Cores que avisam: Anfíbios Tóxicos
- biologar
- 27 de abr.
- 3 min de leitura
Você já deve ter visto aqueles anfíbios supercoloridos, cujas cores vibrantes parecem de mentira! Sabia que eles são alvo do tráfico de animais? Quer saber mais sobre isso?
Os Anfíbios Mais Coloridos do Mundo
Os anfíbios mais coloridos do mundo, como os sapos-dardo (Dendrobatidae), chamam atenção por suas cores vibrantes e veneno letal. Essas características únicas são resultado de adaptações evolutivas que desempenham papéis essenciais na ecologia, na cultura e até na ciência. No Brasil, conhecido por sua biodiversidade, diversas espécies com essas características habitam florestas tropicais como a Amazônia e a Mata Atlântica, sendo muitas delas alvos do tráfico de animais.
Por Que São Tão Coloridos?
Mas por que esses anfíbios são tão coloridos? Eles exibem aposematismo, uma estratégia de defesa que utiliza cores chamativas para advertir predadores sobre sua toxicidade. Essa condição é semelhante à da joaninha que comentamos no podcast 177. Espécies como Adelphobates galactonotus (encontrada na Amazônia) e Ameerega trivittata são exemplos clássicos dessa adaptação. Suas cores, que variam de azul metálico a vermelho-fogo, funcionam como um aviso natural: “Não me coma, sou perigoso!”
A Toxicidade dos Anfíbios
A diferença é que esses anfíbios produzem toxinas potentes através de glândulas na pele, como a batraquiotoxina, presente em espécies como Phyllobates terribilis. Essa toxina é capaz de causar paralisia ou até a morte em predadores. Curiosamente, as toxinas têm origem em sua dieta, que inclui formigas e besouros venenosos. Quando mantidos em cativeiro, sem acesso a esses alimentos, eles perdem sua toxicidade, mas mantêm as cores vibrantes.
Onde Encontrá-los no Brasil
No Brasil, os anfíbios coloridos são encontrados principalmente na Amazônia e na Mata Atlântica, no sul do estado da Bahia, no Espírito Santo e até no cerrado em matas ciliares. Eles são pequenos, medindo de 1,5 a 5 cm. Os menores, como Ranitomeya ventrimaculata, têm cerca de 2 cm, enquanto os maiores, como Adelphobates galactonotus, atingem até 5 cm.
O Tráfico de Animais Silvestres
Esses animais são altamente visados pelo tráfico de animais silvestres. As principais razões incluem:
Comércio de Animais Exóticos: Colecionadores internacionais buscam espécies raras e coloridas como pets irregulares, afinal, espécies raras são itens de luxo.
Pesquisa Científica: Laboratórios estudam suas toxinas para desenvolver medicamentos, como analgésicos. No entanto, existem pesquisas que são regularizadas, e o problema está nos laboratórios do mercado paralelo.
Predadores Naturais
Mesmo sendo tão venenosos, os predadores naturais desses anfíbios incluem algumas serpentes, como as do gênero Liophis, que são conhecidas por se alimentarem de anfíbios venenosos, pois desenvolveram tolerância a toxinas específicas presentes na pele desses animais.
Embora menos comuns, algumas aranhas e escorpiões podem capturar filhotes ou indivíduos menores de anfíbios aposemáticos, especialmente se forem inofensivos em sua fase juvenil, antes de acumularem toxinas suficientes. Insetos como centopeias e algumas espécies de besouros podem predar ovos ou larvas de anfíbios, já que, nesses estágios de desenvolvimento, as toxinas geralmente ainda não estão presentes ou são menos concentradas.
Poucas aves conseguem predar esses anfíbios, mas algumas espécies de pássaros tropicais já foram observadas atacando sapos venenosos, removendo cuidadosamente a pele tóxica antes de consumir o restante do corpo.
E aí, gostou de saber um pouco mais sobre os pequenos anfíbios coloridos que vemos nas fotos por aí? Conte para nós aqui ou através da plataforma do podcast+, nos siga no perfil @biologaroficial no Instagram e nas plataformas de áudio. Até a próxima!
Comments