Dengue ou Chikungunya?
- biologar
- 25 de abr.
- 3 min de leitura
Você já ouviu falar sobre o impacto da dengue e da chikungunya em nossa sociedade? No episódio passado, discutimos a disponibilidade da vacina e a demora do governo em aprovar a compra da vacina para o SUS. Nos últimos meses, temos visto um descontrole e uma epidemia de dengue, com hospitais lotados e pessoas comentando sobre casos de infecção e sequelas da doença. Mas o que está realmente acontecendo? Não é só dengue; a situação é complexa. Vamos aproveitar o podcast de hoje para trazer algumas informações que você não costuma ouvir por aí.

Dengue e Chikungunya: O Que Você Precisa Saber
Por que a chikungunya não é tão comentada quanto a dengue? O Ministério da Saúde disponibiliza dados sobre a quantidade de pessoas com a doença, número de óbitos, regiões afetadas e quantidade de casos. Em 31 de maio, a quantidade de casos prováveis de chikungunya era de cerca de 200 mil, enquanto que para dengue era de mais de 5,4 milhões, ambos considerando o ano de 2024.
Você pode se perguntar se há um erro de cálculo, já que os sintomas são semelhantes. De forma geral, é esperado que haja uma margem de erro nas informações. Pesquisadores brasileiros publicaram uma carta na revista científica "The Lancet", apontando falhas que indicam uma subnotificação da chikungunya. Um dos pontos é que existem diferentes tipos de testes que devem ser feitos em diferentes períodos da doença.
Sintomas e Diagnóstico
O exame mais confiável para detectar chikungunya é o PCR (reação em cadeia da polimerase), que reduz falsos positivos, mas é mais caro. Outros testes rápidos, como o NS1 e sorologia gM e IgG, são comumente usados em pronto atendimentos. Os sintomas podem ser semelhantes, como febre, indisposição e manchas na pele, mas na chikungunya, a dor se concentra nas articulações, que podem inchar e limitar movimentos.
Controle do Mosquito Aedes
Outra dúvida comum é sobre quais inseticidas são eficazes contra o Aedes aegypti. É importante ler o rótulo e buscar aprovação da ANVISA. Não adianta aplicar inseticida nos ovos do mosquito, pois isso não é eficaz. A água sanitária, na proporção de uma colher de sobremesa para um litro de água, é uma alternativa.
Embora se diga que o mosquito transmissor é mais ativo durante o dia, ele também pode picar à noite. E, infelizmente, após picar uma pessoa, o mosquito não morre. Ele sobrevive entre 30 e 45 dias e pode contaminar quantas pessoas picar.
Coinfecção e Prevenção
Os mosquitos podem transmitir duas doenças ao mesmo tempo, como dengue e chikungunya, ou até mesmo dengue, chikungunya e zika. Essa situação é chamada de coinfecção, mas é considerada rara, mais comum em áreas de surto.
Se você pegar chikungunya uma vez, pode pegar de novo? Não, por enquanto, só existe uma versão do vírus da chikungunya e da zika. Já a dengue possui quatro vírus diferentes.
Métodos de Controle
A técnica chamada "Sterile Insect Technique" (SIT) envolve criar e soltar no ambiente milhares de mosquitos machos incapazes de se reproduzirem. Em alguns municípios, o "carro do fumacê" libera inseticida como uma forma emergencial de combater o mosquito, mas isso só elimina os mosquitos adultos e não resolve o problema dos criadouros.
Impactos Ambientais
Além de eliminar mosquitos, o fumacê pode afetar outros insetos, répteis e anfíbios. É realizado com um produto caro e de uso controlado, pois oferece riscos à saúde humana a longo prazo. Criadores de abelhas sem ferrão e com ferrão frequentemente perdem parte de suas colmeias após a aplicação do fumacê, o que é grave para o ecossistema.
As informações que compartilhamos estão disponíveis em sites oficiais do governo, como o Ministério da Saúde e a Prefeitura de São Paulo. E aí, sabia de tudo que contamos hoje? Já viu o carro do fumacê por aí? Já pegou dengue, zika ou chikungunya? Conte para nós aqui ou através da plataforma do podcast+, nos siga o perfil @biologaroficial no Instagram e nas plataformas de áudio. Até a próxima!
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