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Cemitério de Roupas

  • Foto do escritor: biologar
    biologar
  • 24 de abr.
  • 3 min de leitura

Você já ouviu falar em "cemitério de roupas"? Imagine um local onde há pilhas infinitas de roupas descartadas, como lixo. E tem mais: existem lugares assim no mundo, e um deles está aqui perto, na América do Sul. Não preciso dizer que isso é um problema, preciso? Quer saber onde?


Acervo Canva
Acervo Canva

O Cemitério de Roupas no Chile

Já falamos sobre moda e sustentabilidade nos podcasts 31, 32 e 33. O local que estamos mencionando na América do Sul é o Chile, mais especificamente no deserto do Atacama. Você ouviu bem! O deserto do Atacama é conhecido por ser o deserto mais alto do mundo, com lagos de sal, vulcões e o projeto ALMA (observatório espacial). No entanto, essa beleza natural contrasta com as inúmeras pilhas de roupas que se acumulam na região.


O Papel do Porto de Iquique

Tudo isso acontece na região de Alto Hospicio, que apresenta altos níveis de pobreza e vulnerabilidade. A proximidade com o porto de Iquique é crucial, pois é por lá que essas roupas chegam. A região possui uma zona franca e é um importante centro comercial para países latinos como Brasil, Peru, Argentina e Bolívia. O Chile é o maior importador de roupas de segunda mão, recebendo 90% desse material dos Estados Unidos e Europa.


O Destino das Roupas

A maioria dessas roupas foi doada a organizações de caridade em países desenvolvidos. O que não é aproveitado, seja por defeito ou por não atender às necessidades, segue para locais como o Chile, Índia ou Gana. As roupas chegam em sacos e são compradas às cegas. Quem compra faz uma triagem, separando peças sem defeitos, peças sujas ou descosturadas, e, por último, as deterioradas, que não podem ser revendidas.


Impactos Ambientais e Sociais

Uma empresária local descreveu que apenas descarta 1% de todo produto importado, mas autoridades afirmam que cerca de 60% acaba em lixões clandestinos. Marcas como Nike, H&M e Wrangler frequentemente terminam nesses lixões. Muitas dessas roupas são de "fast fashion", conhecidas por usar tecidos baratos que levam até 200 anos para se decompor. Com o tempo, essas peças liberam microplásticos, que têm sido um tema recorrente em nossas discussões.


Além dos impactos ambientais, os lixões clandestinos trazem riscos sociais e econômicos, como a ocorrência de incêndios que afetam a população e a fauna local. Essa situação já persiste há pelo menos 15 anos, e o volume das pilhas de roupas equivale a mais de 420 estádios de futebol, sem sinais de diminuição. Mas qual é a solução?


Caminhos para a Sustentabilidade

A solução começa com o consumo consciente, não apenas em relação à quantidade, mas também à qualidade dos tecidos e à origem dos produtos. Você sabe onde vão parar as roupas que não usa mais? Na região dos lixões, existem dois planos em ação: o primeiro é erradicar os lixões clandestinos, e o segundo é classificar as roupas como resíduos com responsabilidade estendida do fabricante (EPR), semelhante ao que é feito com pilhas, baterias, pneus e eletrônicos.


É importante lembrar que, para ambos os casos, levará anos para aprovação e implementação, enquanto isso, o problema só cresce. Você já tinha ouvido falar desse caso? O que você faz com as roupas que não servem mais ou que não têm mais a ver com você? Conte para nós aqui ou através da plataforma do podcast+, nos siga o perfil @biologaroficial no Instagram. Até a próxima!

 
 
 

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