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Como os animais enxergam?

  • Foto do escritor: biologar
    biologar
  • 1 de nov. de 2022
  • 3 min de leitura

Já reparou como são diferentes as pupilas dos animais? Alguns apresentam a pupila circular, em fenda vertical, em fenda horizontal.


A pupila funciona como o diafragma de uma câmera fotográfica, pois, controla a entrada de luz no olho. Então, ela se expande quando há pouca luz ambiente e se contrai quando há muita luz. Mas não é só isso, a pupila também tem função importante no papel de controlar o foco da imagem. Nos humanos, pupila é o pretinho do olho.


O formato da pupila de um animal é mais ligada ao tamanho do animal e se ele é um predador ou presa. Na tentativa de localizar um padrão entre as diferentes pupilas, foi publicado uma pesquisa na Science Advencis (Universidade da Califórnia - 2015) abrangendo mais de 200 espécies de animais terrestres.


Animais com abertura vertical são mais prováveis de serem predadores de emboscada, ou seja, eles esperam a sua presa e utilizam o elemento de surpresa para realizar ataque. Isso porque esses predadores precisam definir com precisão a distância da presa, a abertura vertical possui característica óticas que a tornam ideais para essas situações (capacidade de expandir muito mais quando comparada à pupila circular).


Essa regra se aplica apenas a animais baixos, ja que seus olhos são próximos ao chão. Enquanto as raposas (canídeos) têm pupilas verticais, os cachorros e lobos possuem pupilas redondas. Gatos domésticos possuem pupilas verticais, porém grandes felinos, como leões e tigres, têm pupilas redondas.


No geral, pupilas redondas são mais comuns em animais mais altos, caçadores que ativamente perseguem suas presas.


Já as presas terrestres, no geral, possuem pupilas horizontais e olhos localizados mais para o lado da cabeça, dando uma visão panorâmica dos perigos em sua volta. Como por exemplo animais que possuem casco, ou os anfíbios


Essa característica, entretanto, só funcionaria de fato se as pupilas do animal fossem paralelas ao horizonte. O que ocorre na prática, em animais como ovelhas e cavalos que estão constantemente baixando suas cabeças para se alimentarem, é que seus olhos rotacionam na cabeça para manter o paralelismo com a linha do chão. Essa pesquisa foi realizada por Gordon Love, da Universidade de Durham, no Reino Unido.


Entre os celenterados, as medusas no geral possuem fotocélulas para percepção de luz e sombra mas tem algumas espécies que possuem também uma lente que promove a vantagem da percepção de obstáculos fazendo assim um conjunto primitivo de sistema de visão.


Já os platelmintos, os designados vermes achatados (planária), conseguem perceber vultos.


Os moluscos Gastrópodes (abalone e caramujo), possuem olhos sem córnea, com células fotorreceptoras, camada pigmentada e lente. Nos caramujos são localizado na ponta mais alto do tentáculo na cabeça e o abalone são voltados para as laterais. Os moluscos cephalopodas (polvo e lula) possuem a visão desenvolvida e semelhante ao ser humano.


As aranhas saltadoras, possuem 2 grandes olhos centrais que distinguem cor, forma e tamanho até a 3 metros de distancia e 6 olhos secundários que detectam movimento.


As estrelas do mar, tem olhos primitivos compostos e pouca noção de espaço.


Os peixes apresentam um cristalino esférico (como se fosse a lente de câmera fotográfica), denso e espesso, e uma córnea quase plana. O cristalino está fixo por um músculo refrator que o pode mover para perto da retina para fazer a acomodação. A maioria dos fotorreceptores são bastonetes, existindo poucos cones. Salvo exceções como peixinho dourado que comentamos.


O olho dos anfíbios possui um cristalino esférico na fase larvar (girino), adaptado à visão aquática, alterando-se na metamorfose, para forma oval na fase adulta. A córnea apresenta capacidade de adaptar a sua curvatura. O olho possui uma pálpebra superior fixa e uma pálpebra inferior transparente e móvel. Os anuros (sapos, rãs e pererecas) dependem da sua visão para a alimentação e locomoção e possuem os maiores e os mais desenvolvidos olhos entre os outros.


Na aves, o voo requer sentido da visão apurado e ajustes muito rápidos do olho, à variação da intensidade luminosa ou à distância. Na maioria das aves, o globo ocular é muito grande e é endurecido por um anel de ossículos escleróticos próximos ao cristalino, onde suportam e reforçam o local de origem dos músculos ciliares. Os ossículos também ajudam a manter a forma do globo ocular, especialmente nas espécies em que este não é esférico. Diferente dos répteis, não apresentam almofada anelar para fazer a acomodação ocular e muitas espécies apresentam visão a cores.


As aves de rapina possuem visão com elevado poder de resolução - acuidade visual - que depende, em parte da grande imagem que é projetada na retina e da distribuição de cones e bastonetes. Cerca de 15% do peso da cabeça de uma ave de rapina é composto pelos globos oculares.


Esse conteúdo esta disponível em formato podcast e no @biologaroficial.


Até a próxima.

 
 
 

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