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Gatinhos Fatais - Parte 2

  • Foto do escritor: biologar
    biologar
  • 24 de abr.
  • 3 min de leitura

Vocês pediram e não poderíamos deixar de atender! Vamos conversar sobre algumas ações voltadas à situação dos gatos domésticos no Brasil. Está curioso? Então, seja muito bem-vindo ao Biologar.


Acervo Canva
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Fernando de Noronha: Um Exemplo de Conservação

Começando por uma ilha brasileira famosa por sua beleza natural, pelas águas azuis de suas praias e pela presença de golfinhos: o arquipélago de Fernando de Noronha. Pertencente ao Estado de Pernambuco, a ilha possui toda a infraestrutura necessária para a sobrevivência humana e a prática do turismo, incluindo vilas, instalações de saúde, educação, energia elétrica, abastecimento e tratamento de água e efluentes, além de tratamento de resíduos sólidos, rodovias, aeroporto, porto, bancos, comunicação, transporte, mercados, lojas, museus, hospedagem e restaurantes.

Desde 1989, 30% da ilha corresponde à Unidade de Conservação Ambiental denominada Área de Proteção Ambiental (APA). O objetivo é garantir a preservação das espécies e a ocupação humana racional. Ao visitar a ilha, é necessário pagar uma Taxa de Preservação Ambiental, que é calculada por dia.


População de Gatos em Fernando de Noronha

A população da ilha varia entre 4.500 a 6.000 pessoas, enquanto a população de gatos é estimada em 1.300. Isso significa que há aproximadamente um gato para cada três ou quatro pessoas. Além do problema da transmissão de zoonoses, os gatos pouco foram adestrados ou selecionados em comparação com outros animais domésticos, pois não são usados para trabalho ou segurança e não fornecem carne, leite ou ovos.


Classificação dos Gatos Domésticos

Os gatos domésticos são classificados em três categorias:


  1. Domésticos: Aqueles que têm dono e casa.

  2. Errantes: Que não têm donos, mas vivem perto de pousadas e restaurantes, sendo alimentados por todos.

  3. Fera: Que não têm donos e vivem nas matas, sem interagir com humanos, sendo ariscos e difíceis de se adaptar ao cativeiro.


Impacto Ecológico dos Gatos

Os gatos ferais são os que mais causam danos ecológicos, pois têm como presas preferidas espécies endêmicas, como o mabuia (um lagarto do arquipélago) e várias espécies de aves, incluindo cinco que estão na lista de espécies ameaçadas de extinção. Entre essas, duas são terrestres e endêmicas de Fernando de Noronha: o sebito e a cocoruta.


Soluções para o Problema

Uma opção para lidar com a população de gatos seria capturá-los e devolvê-los ao continente. No entanto, isso não é viável, pois os gatos de Fernando de Noronha têm uma cepa de toxoplasmose diferente da que os gatos continentais carregam, o que poderia trazer novos problemas ao continente. Portanto, o programa de castração, especialmente dos animais ferais, é uma alternativa mais adequada.


Educação e Conscientização

Programas de conscientização da população local sobre os impactos dos gatos na biodiversidade e na saúde pública são essenciais. Em 2022, foi publicado um Decreto Distrital que proíbe a entrada e importação de animais domésticos e exóticos na ilha, exceto em casos pontuais.


Desafios em Outras Regiões

Não é apenas em Fernando de Noronha que os gatos causam problemas. O Instituto de Meio Ambiente (IMA) de Santa Catarina lançou uma campanha de conscientização sobre a visitação de animais domésticos em unidades de conservação estaduais, que é proibida em todas as Unidades de Conservação do Brasil.


Você sabia da dimensão do problema que os gatos domésticos representam para a biodiversidade? Conhece outros exemplos de problemas causados por gatos? Conte para nós aqui ou através da plataforma do podcast+, nos siga o perfil @biologaroficial no Instagram e nas plataformas de áudio. Até a próxima!

 
 
 

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