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Mar de Aral

  • Foto do escritor: biologar
    biologar
  • 14 de abr.
  • 3 min de leitura

Um Lago que Virou Desastre Ambiental

Recentemente, discutimos a influência da lua nas marés, e hoje vamos explorar um mar pouco comentado, mas repleto de histórias fascinantes. Você consegue adivinhar qual é? Originalmente, era um lago de água salgada que se transformou em mar. Já sabe de qual mar estamos falando?


A História do Mar de Aral

Estamos falando do Mar de Aral, localizado na Ásia Central, entre o Cazaquistão e o Uzbequistão. Mas como surgiu esse mar que antes era um lago de água salgada? Ele se encontra em uma bacia hidrográfica onde a água das chuvas e dos rios se acumula em um ponto mais baixo e fechado.

Há indícios de que essa depressão estava conectada aos mares Cáspio e Negro. Com o tempo, ocorreu a separação e o isolamento, formando o Mar de Aral, que continuou a receber água dos rios Amu Dária e Sir Dária, tornando-se um oásis no deserto.

Com o passar dos anos, a água do lago começou a concentrar todo o sal trazido pelos rios, enquanto a água evaporava, percolava no solo e deixava o sal para trás. Esses rios têm suas nascentes no Himalaia, e você provavelmente já ouviu falar do famoso sal rosa do Himalaia. O sal foi transportado pelas correntes até se depositar no Mar de Aral.

No passado, o Mar de Aral era o quarto maior lago do mundo. No entanto, a partir de 1960, com os projetos de irrigação soviéticos, houve um desvio significativo da água dos rios que o alimentavam. Em 2007, apenas 10% do tamanho original do lago permanecia, e em 2010, ele estava dividido em três porções menores devido ao avançado processo de desertificação.


Impactos Ambientais e Sociais

Os rios que mencionamos cortam outros quatro países: Afeganistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão. No século XX, essas regiões começaram a despejar lixo e esgoto nos rios que desaguavam no Mar de Aral. A região, que antes tinha uma próspera indústria pesqueira, entrou em colapso, resultando em desemprego e dificuldades econômicas. Além disso, a poluição gerou graves problemas de saúde pública, exacerbados pela mudança climática, com verões mais quentes e secos e invernos rigorosos.

Atualmente, a região do Mar de Aral não é das mais pacíficas, e a exploração trouxe resultados negativos. No entanto, há iniciativas locais para tentar salvar e recuperar o Mar de Aral, especialmente na parte do Cazaquistão. Em 2005, foi construída uma barragem na região norte, e em 2008, observou-se um aumento de 12 metros no nível da água em comparação ao nível mais baixo registrado em 2003. Isso ajudou a reduzir a salinidade, permitindo que a pesca se tornasse viável novamente.


O Futuro do Mar de Aral

Infelizmente, o futuro da parte sul do Mar de Aral é incerto e é considerada uma das piores catástrofes ambientais do planeta. Com a seca e a exposição do antigo fundo, produtos químicos tóxicos foram encontrados, sendo levados pelo vento. Não é à toa que a população próxima apresenta alta incidência de cânceres e doenças pulmonares. Muitas áreas que antes eram centros pesqueiros estão secas, e barcos de pesca abandonados estão encalhados.

Uma das iniciativas para revitalizar a região é o plantio de árvores chamadas saxaul nas margens, que servem como mata ciliar. Essas árvores foram escolhidas por serem nativas e apresentarem resistência ao sal. Embora essa seja uma atitude interessante, levará tempo para que os resultados sejam visíveis.

Na parte sul, na fronteira com o Cazaquistão, há rumores de que não haverá investimentos em melhorias, pois foram encontrados depósitos de petróleo e gás. E convenhamos, é mais fácil extrair esses recursos em condições secas. Empresas de energia russas já estão trabalhando na área.

O Mar de Aral depende de muitos fatores para se recompor e voltar a ser uma fonte de alimento, riqueza e bem-estar para a região. Além dos problemas ambientais, o fator político é crucial para que haja engajamento e foco em melhorias, algo que ainda está longe de acontecer.

Você já tinha ouvido falar sobre o Mar de Aral? Compartilhe suas opiniões conosco através da plataforma do podcast e do perfil @biologaroficial no Instagram. Até a próxima!

 
 
 

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