Raiva Humana

Imagem Pixabay

Vocês ouviram a notícia sobre os casos de raiva humana em Bertópolis, Minas Gerais? Infelizmente, quatro crianças morreram, e uma delas ficou internada em estado grave por alguns dias no pronto-socorro do município, mas sem sucesso. Fazia tempo que não ouvimos sobre a raiva, não é? Você sabia que é uma doença tão grave e letal? Hoje, vamos falar sobre essa doença, de onde ela vem, como é transmitida e o que fazer. Seja muito bem-vindo ao Biologar, onde tratamos de diversos assuntos da biologia de forma simples e fácil!

O que é a Raiva?

A raiva é uma doença transmitida pelo vírus Lyssavirus, que é transmitido pelo sangue ou saliva do animal contaminada que é a forma mais comum de transmissão, pois a mordida é o jeito rápido que os animais usam para se defender.

Incubação e Sintomas

Uma vez que a pessoa esteja infectada, o vírus começa a se multiplicar, mas pode demorar até 45 dias para a doença começar a se manifestar.

Importância do Tempo

A raiva afeta o sistema nervoso, e se o local da mordida for próximo a terminações nervosas, a doença poderá se desenvolver mais rapidamente. Quanto mais cedo o vírus atingir o sistema nervoso central (encéfalo e medula), mais grave a doença se torna e maior o risco de óbito. Os vetores da raiva nas cidades são os cães e gatos, por isso existe a campanha anual de vacinação contra a raiva para esses animais. Se você tem cão ou gato, já revisou se ele está em dia com a vacina da raiva? Caso não esteja, procure o centro de zoonose mais próximo ou verifique como proceder com a prefeitura do seu município.

Vetores da Raiva

Em áreas rurais, os animais que podem ser vetores da doença incluem morcegos, cavalos, raposas, gambás e pequenos roedores. Mamíferos são os vetores da doença e se contaminam através de saliva ou sangue de outros animais contaminados, seja por mordida, lambedura ou arranhão. O vírus fica incubado de 3 a 12 semanas, e é comum que, nesse período, o animal não apresente sintomas. Enquanto isso, o vírus avança pelo sistema nervoso até atingir a medula e o cérebro, onde se multiplica rapidamente, seguindo para as glândulas salivares.

O que Fazer em Caso de Mordida

Caso alguém seja agredido por um animal, é importante:

1. Lavar imediatamente o ferimento com água e sabão.

2. Procurar urgentemente o serviço de saúde para avaliação.

3. Observar o animal que mordeu por 10 dias para verificar se manifesta a doença ou morre.

   
   

No homem, a doença leva em média 45 dias para manifestar os sintomas, que incluem mau estar, aumento da temperatura, dor de cabeça, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, angústia e irritabilidade. Quando a doença evolui, o paciente pode apresentar febre, delírio, convulsões e espasmos musculares involuntários.

Tratamento

O protocolo de tratamento será indicado pelo médico, podendo incluir:

• 4 doses da vacina antirrábica com intervalos de dias.

• Uso de soro para retardar a ação do vírus.

• Antivirais.

• Coma induzido.

Quanto mais cedo buscar cuidados médicos, melhor!

Vacinação e Prevenção

Não há campanha para imunização da população geral, mas pessoas com risco permanente ao vírus devem buscar a vacina pré-exposição. Isso inclui médicos veterinários, biólogos, estudantes da área, funcionários de zoológicos, guias de ecoturismo, pescadores e a população que vive em áreas com registro da doença.

Mudanças nas Diretrizes de Vacinação

É esperado uma mudança nas diretrizes nacionais de vacinação. De acordo com o Ministério da Saúde, nos últimos 9 anos, a média de aplicações da vacina pré-exposição foi de aproximadamente 15 mil, enquanto o uso na pós-exposição foi de 121 mil doses. A população próxima à reserva indígena em Minas Gerais recebeu a 1ª e 2ª dose da vacina, e os mamíferos domésticos também foram imunizados.

Conclusão

Não é necessário entrar em desespero. Os casos em MG não ocorreram por conta de um surto de raiva, mas pela mordedura de um morcego contaminado. As vítimas eram crianças de uma reserva indígena que foram mordidas enquanto brincavam com o animal, uma atividade comum na cultura indígena.

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