Taxidermia
- biologar

- 15 de abr.
- 4 min de leitura
A Arte de Preservar a Vida
Você já sabe o que é taxidermia? Hoje, temos o prazer de conversar com o biólogo, músico e educador Marcelo Bokermann.

Aqui temos trechos da fala do Marcelo e do Biologar. Para acessar informação completa, acessar o podcast pelas plataformas de áudio ou do podcastmais.
O Que é Taxidermia?
Antes de começarmos, vamos relembrar rapidamente o que é taxidermia (ou taxiodermia). Essa técnica consiste em preservar a pele de um animal morto, mantendo sua forma, tamanho e cor, ou seja, a tentativa de preservar a aparência do animal o mais próximo possível de quando estava vivo.
Antigamente, utilizava-se palha para preencher a pele e dar forma ao animal, o que é conhecido como empalhamento. Hoje em dia, outros materiais são utilizados, além de olhos de vidro ou resinas para completar o trabalho. Dentes, bicos e garras também podem ser reutilizados para tornar a peça mais realista.
A História da Taxidermia
Você sabia que o registro mais antigo dessa técnica foi feito pelos egípcios, cerca de 2.500 a.C.? Os animais eram sepultados junto aos seus donos, mumificados. É importante destacar que a mumificação não é a mesma coisa que a taxidermia, pois a primeira visa a conservação do corpo como um todo, enquanto a segunda foca na preservação e preenchimento da pele.
A Importância da Taxidermia
Agora, um pouco do bate-papo com o Marcelo:
Poderia nos explicar um pouco sobre para que serve a taxidermia?
Existem dois tipos de taxidermia:
Artística onde vemos o animais preparados como vemos em museus.
Científica: montada que fica em gaveta, com padrão estético diferente para caber em pequenos espaços e para exploração científica.
A taxidermia para educação ambiental é do tipo artística.
É possível também fazer molde do animal e produzir uma réplica com material sintético que não estraga, é de fácil de armazenar mas a entrega não é a mesma quando comparamos com taxidermia que envolve uso de tecidos, penas que precisam de cuidados ao armazenar para não estragar.
Um exemplo bem bacana é o uso da taxidermia na educação ambiental para pessoas com algum tipo de deficiência. Imagina, uma pessoa com deficiência visual, através do tato é possível sentir o animal, textura, formato, tamanho, além de facilitar o entendimento.
Não é comum sacrificar animal para preparar uma taxidermia. As peças utilizadas, em sua grande maioria são animais encontrados em estradas, que morreram atropelados. Dessa forma, através da taxidermia esses animais podem ser aproveitados para serem vistos de perto, com um propósito.
E sobre a taxidermia científica? Poderia nos explicar um pouco mais sobre o objetivo dela?
É feita de de animais que foram coletados metodologicamente em locais específicos para montagens de coleções e para aquele exemplar coletado ser útil para a ciência.
É possível o questionamento, por que em plena época que estamos ainda é feita a coleta de espécies em campo?
Todo conhecimento da classificação animal é em grande parte baseada em peças coletadas. Não temos ainda nenhuma tecnologia ou forma que possa substituir a coleta. Temos sim, alguns trabalhos feitos com a genética, na parte de comparação genética dos exemplares, podendo até ter resultado diferente da morfológica (estrutura corpo, cabeça, membros). Porém, são formas complementares, especialmente quando consideramos espécies novas para classificação zoológica.
Para realizar a coleta há um processo burocrático com a necessidade de licença por órgãos ambientais que permitem a coleta em alguns locais. A solicitação é feita por uma instituição de pesquisa junto ao órgão ambiental para uma espécie específica, com a justificativa do porque é importante para a ciência.
Estamos falando da importância da identificação e classificação das espécies. Marcelo, por que é importante chegarmos a uma classificação?
Além do conhecimento sobre a classificação dos animais, é um processo para entender porque um animal diferente do outro. Quando se faz esse processo entende que por mais semelhante que seja, é outra espécie, e amplia o conhecimento sobre diferenças entre os animais e suas diferentes características, identifica a biodiversidade. Nota-se as mudanças, evolução de espécies e é possível trabalhar com o todo para a conservação do ambiente.
Mesmo com a disponibilidade de recursos digitais, como vídeos, fotos e câmeras digitais de alta resolução, além de museus 5D, a taxidermia ainda se faz necessária no âmbito científico e na função da Educação Ambiental. Nos últimos anos, a venda do serviço de taxidermização de pets tem se tornado mais comum.
No entanto, houve a necessidade de ajustes e regramentos melhores em relação ao licenciamento de coletas, como Marcelo mencionou. Essa técnica foi muito utilizada pelos grandes naturalistas do mundo a partir do século XIX, incluindo o Dr. Werner Bokermann, pai de Marcelo. O resultado é o conhecimento que temos hoje sobre a biodiversidade, registrado em livros e meios de comunicação.
E aí, gostou de saber um pouco sobre taxidermia? Conte para nós através da plataforma do podcast+, nos siga no perfil @biologaroficial no Instagram e ouça esse episódio na íntegra através das plataformas de áudio. Agradecemos a você, Marcelo, por sua participação aqui em nosso canal e esperamos novas oportunidades para discutir mais assuntos interessantes! Até a próxima!




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